Lealdade e Luz comemora seus 25 anos

Quadro pintado pela Cunhada Sandra Carvalho para
as comemorações dos 25 anos da "Lealdade e Luz"

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A Oratória no advento dos 25 anos de fundação desta Loja Maçônica vem de encontro ao pensamento do maçom poeta Fernando Pessoa, quando sentenciou: “navegar é preciso, viver não é preciso”, estabelecendo a prevalência dos ideais muitas vezes diante da própria vida.

Ao longo desses anos sempre exaltamos a entrega das Lojas fundadoras e em particular, de Irmãos da “Independência e Luz” do Oriente de Barra Mansa, ao longo dos anos de formação e consolidação institucional da “Lealdade e Luz”.

A gratidão por tudo que esta Loja foi alvo está estampada em nossas dependências e na preservação de nossa ainda incipiente história, exteriorizando o que guardamos em nossos corações.

Os nossos 25 anos são adolescentes diante da multissecular Maçonaria. Não obstante, não é cabotinismo frisar que a Loja cumpriu suas recentes etapas etárias com consciência e pragmatismo, possibilitando a formação de uma célula sadia da Arte Real.

Os princípios, valores e estudos inerentes ao meio maçônico são por demais contemporâneos quando estabelecemos parâmetros com a exatidão no que tange ao comportamento da sociedade na era moderna.

Como escola filosófica, apologista do livre pensamento e detentora de lutas onde a liberdade absoluta de consciência era o mote primaz. A Maçonaria se regozija quando suas Oficinas Simbólicas cumprem seus mais sublimes ideais par e passo com as necessidades correlatas ao mundo atual.

Uma das características da “Lealdade e Luz” está em sua capacidade de auto-análise que a faz visionária numa dinâmica “lato senso”, sem as amarras e insolências de posturas irresponsáveis.

Segundo Voltaire, “o homem foi feito para pensar e é seu dever pensar corretamente”. E sob esse prisma as administrações desta Casa foram norteadas por projetos, metas, missões e um planejamento que perdura até os dias de hoje; deixando a Alta Administração com a certeza que não gravita na escuridão do cosmos da incoerência, e muito menos a mercê de procelas, oriundas do mar revolto das inconstâncias humanas.

O mapeamento e a logística das características do Oriente de Rio Claro não foram contemplados numa primeira análise. À bem da verdade, foram conseqüências de previsíveis, porem imensuráveis dificuldades, que depois de identificadas e rotuladas, receberam o antídoto pertinente e são hoje consolidados ensinamentos que distingue nossas forças e fraquezas.

Paralelamente ao silencioso trabalho maçônico, intra e extra muros; esta Loja tem acompanhado com sutileza de cátedra as nuances institucionais e a vida sócio-política de Rio Claro.

É importante para nós uma ação de inteligência comportamental em prol de uma mais ampla compreensão das reações cotidianas e da manutenção do “estado da arte” da nossa capacidade de mobilização.

Paralelo a tudo que foi criado para viabilizar a Instituição aqui em Rio Claro, a forte sinergia e a inevitável empatia dos envolvidos, fundamentou uma profunda amizade entre aqueles que já eram irmãos por opção.

É gratificante quando os exemplos de ideais tão altruístas, aditivam esse patrimônio incomensurável que são os amigos. Não obstante a fidelidade e presença dos maçons, a amizade e um elo auto-gerado, algo inefável da existência humana e dádiva incontestável do Senhor dos Mundos.

Coerente com os pilares que sustentam a Maçonaria em toda a superfície da terra, a “Lealdade e Luz” cultiva a tolerância como uma trivial reação endógena. Vislumbra a liberdade, a igualdade e a fraternidade com a clarividência que essa trilogia incita.

É preciso ressaltar que nenhuma escola filosófica pode existir sem a predominância do viés cognitivo. A sociologia diz que o intelectual deve ser uma espécie de antena da sociedade; que capta uma realidade palpável e transmite uma utopia possível. Pois bem; não há como existir uma Loja Maçônica sem que ela seja uma difusora na sua gênesis do respeito irrestrito das liberdades individuais e da conseqüente proteção do estado à soberania “per capta” dos cidadãos.

Vivenciar o estado de direito sempre foi uma das lutas da Ordem Maçônica. Seja com visões iluministas, libertárias ou qualquer outro adjetivo ligado à racionalidade.

Não há obscurantismo maior que a intolerância, seja em que esfera for. O reacionário em si, consolida em sua mente verdades absolutas que se transformam paulatinamente em violências de todas as matizes.

A Maçonaria em seus estudos sociais estabelece que o maior inimigo de uma instituição nunca é o seu antagônico; e sim aquele membro que distorce seus princípios. E isso é algo inominável, sobretudo quando falamos de instituições livres, cujos adeptos ali estão também no livre exercício da sua vontade.

Seguindo uma lógica comportamental, entende os estudos maçônicos que o ser humano necessariamente não precise de tutelas pré-estabelecidas por um estado. Visto que ele precisa ser honrado pela honra; livre pela liberdade; bom pela bondade; justo pela justiça.

É mister que os homens de bem se policiem para que no alto de seus supostos patamares sociais, não criem seus próprios tribunais de inquisição; que estabelecem flácidos juízos de valores; que criam uma nova e mórbida ordem social, ou mesmo passem a vislumbrar que seus dogmas cotidianos são a mais perfeita tradução do certo e do errado num maniqueísmo volátil.

No nosso momento de festa, achamos por bem não propagar alienação ou mesmo algo que faz apologia ao transitório e ignora o eterno.

A existência da “Lealdade e luz”, não é algo rasteiro, é abissal; profundo como os ideais que norteiam seus fundadores. Talvez o pensamento de André Luiz possa sintetizar bem o espírito dos que aqui iniciaram os trabalhos de implantação desta Loja quando sentenciou: “Ante o bloco de pedra bruta, não te prendas à idéia do peso. Lembra-te da estátua primorosa que poderá sair dele.” Talvez por isso que o amor filial dos seus membros viabiliza a escalada de montes improváveis.

Ressaltamos a Maçonaria, sua existência multissecular e a continuidade de suas células mais recentes como esta Casa. E reconhecemos paralelamente a atuação de todas as entidades religiosas, doutrinárias, clubes de serviço e ONGs de todas as vertentes, cuja atuação há anos evita uma verdadeira convulsão social neste país.

Esta Instituição por ser parte integrante dessa verdadeira teia de proteção social, acompanha com rigores a dinâmica de todas e sempre conclama que haja a devida união das mesmas em prol do objetivo maior, que sobrepõe a qualquer questão de natureza de pensamento, ideologia ou outra vertente que seja.

Assim como a educação, talvez o único vetor palpável para o bem do futuro deste país, lembremos que por mais que tropecemos, o fardo de um professor é sempre esperar que o ensino mude o caráter de um garoto e assim o destino de um homem.

Por derradeiro cabe a esta Oratória no limiar do jubileu de prata desta Loja Maçônica agradecer ao Grande Arquiteto do Universo que nos fez ver que a “distância entre o possível e o impossível é medida pela capacidade do homem”. Que viabilizou uma plêiade de maçons idealistas, resignados, humildes em suas posturas e abnegados em suas ações.

Que nos concedeu Lojas-Mães, que acompanharam seu rebento com amor, dedicação e valores que só o ventre materno é capaz de propiciar. Que deu a devida compreensão as nossas famílias que por muitas vezes estamos ausentes em missões maçônicas, mas que encontramos o abrigo e nossa sustentação moral em todos os momentos.Que colocou diante de nós autoridades constituídas do município que sempre entenderam, respeitaram e colaboraram com a solidificação da Ordem Maçônica em Rio Claro, demonstrando a capacidade de compreensão da importância das forças vivas da sociedade em prol do bem estar da população.

E como comecei com um poeta Fernando, também termino com outro, o Sabino, que nos lembrou: “No fim, tudo dá certo. Se não deu, é porque ainda não chegou ao fim”.

Parabéns Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Lealdade e Luz”. Você só não é mais querida por falta de espaço.

Muito obrigado!

Pronunciamento da Oratória, representada pelo
Ir.´. Altair da Silva Carvalho, no dia 28 de Setembro,
para a Comemoração dos 25 anos da Lealdade e Luz